segunda-feira, 4 de julho de 2011

nightness

E a noite hoje mostra-se tão vazia. Não há lua, não há céu, não há solo.

A noite está negra. A noite está infinitamente negra. Não existe gravidade e muito menos algum sentido aparente que elucide caminhos a tomar. Os objectos movem-se a uma intensidade exaustiva, e no entanto não se vêm. A noite abafa a sua forma visível aos olhos e só nos é permitido senti-los quando embatem ferozmente contra os nossos corpos. Os nossos corpos estão cegos e sedentos. Falecem constantemente e o que os mantém acesos são as almas. As almas deambulam pela noite como fantasmas. Nada mais parecem, aos olhos da noite, do que manchas de pó. Manchas de pó flutuantes em busca de um repouso onde se possam desfazer eternamente, desprovidos de infortúnios.


A noite?

A noite não existe.

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