domingo, 28 de novembro de 2010

Estou hoje lúcido como se não existisse. Meu pensamento é em claro como um esqueleto, sem os trapos carnais da ilusão de exprimir. E estas considerações, que formo e abandono, não nasceram de coisa alguma – de coisa alguma, pelo menos, que me esteja na plateia da consciência.

Talvez aquela desilusão do caixeiro de praça com a rapariga que tinha, talvez qualquer frase lida nos casos amorosos que os jornais transcrevem dos estrangeiros, talvez até uma vaga náusea que trago comigo e me não expeli fisicamente...

Bernardo Soares

sexta-feira, 19 de novembro de 2010

O que me persegue na realidade constatada não se compara ao subconsciente activamente insano; onde insistes em corroer as barreiras com toda a robustez que te faz restar. E com ela consomes o pouco de júbilo que me sobeja.

quinta-feira, 18 de novembro de 2010

dne eht

This is the end
My only friend, the end
Of our elaborate plans, the end
Of everything that stands, the end
No safety or surprise, the end
I'll never look into your eyes...again
Can you picture what will be
So limitless and free
Desperately in need of some...stranger's hand
In a...desperate land?
Jim Morrison.

sábado, 6 de novembro de 2010

quando eu morrer.

vai ser um belo dia
meu amor vais ver
vai ser tão calmo
vai ser lindo de morrer

e à minha volta tudo vai ter luz
essa que é meu desejo ter
e como um truque de uma insólita magia
trazendo o nosso amor de volta à luz do dia
quando eu morrer
meu amor eu fico vivo nos teus gestos e em teu riso
por isso nunca deixes de sorrir
pois para o nosso amor viver é só o que é preciso

Manel Cruz.

quinta-feira, 4 de novembro de 2010

pergunto-me se saberás onde procurar o clarão quando tiveres as tíbias embebidas em limo.