quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

...End Of The Road


(...) após revelações...

- Não…Procuremos os encantos que perdemos aqui, lembremo-nos do ruído harmonioso emitido pelos místicos acordes lunares…
Não podes, não deves! Quem ou o quê se ousa a enfrentar a intensidade produzida por nossas almas? (segura a cara dele com as suas mãos e olha para dentro de seus olhos) O que me sobejará de ti? Escassas partículas perdidas num universo infinito… Pouco os deuses nos dão, e o pouco é falso…
Ser-me-ás alguma vez desobstruído de tormentos?

(Apavorado. Nunca ele vira tamanho desespero)
- Não. Nunca serei. Por isso parto.
Parto por ti…
Por isso morro. Morro neste chão ao assistir ao teu triste infortúnio…
Desfaço-me intimamente. Como poderei alguma vez amar-te por completo, se o completo é mortífero…

- Não sei se é amor que tens, ou amor que finges…!

- Nunca questiones.
O tumulto não reside no afecto que nutro por ti. Nunca residiu. É tão mais do que isso. As excelências são tão primitivas como o nascimento. É belo o começo, mas todo o começo conterá o seu fim. E contra esse não consigo competir, não abarco qualquer autoridade. Ninguém usufrui de tal.
Se me fosse apresentada qualquer escolha. Mas não é.
E a estrada final está cada vez mais próxima. Estou a ficar cada vez mais esgotado. Reduzo-me todos os dias...

- O final, o desfecho!- murmura estas palavras, desesperada- O teu fim é o meu…! Porque a tua presença está contida em mim e não se diluirá facilmente. E quando tudo teu em mim se dissipar, minha alma entrará em devaneios. Ficarei eternamente presa na mágoa, serei nostalgia…

Ele desfaz-se em pó.

- ...Não serei mais do que um espírito perdido.


"E o dourado sol chega, secando a vontade de lágrimas que não posso deixar de ter."

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