segunda-feira, 31 de maio de 2010

"I wasn't born to lose you"

"The guilty undertaker sighs
The lonesome organ grinder cries
The silver saxophones say I should refuse you
The cracked bells and washed-out horns
Blow into my face with scorn
But it’s not that way
I wasn’t born to lose you


I want you
I want you
I want you
So bad
Honey, I want you"

Bob Dylan, 1966.

sexta-feira, 21 de maio de 2010

Sway With Me



sway with me, everything sad -
madmen in stone houses
without doors,
lepers steaming love and song
frogs trying to figure
the sky;
sway with me, sad things -
fingers split on a forge
old age like breakfast shell
used books, used people
used flowers, used love
I need you
I need you
I need you:
it has run away
like a horse or a dog,
dead or lost
or unforgiving.


By Charles Bukowski

segunda-feira, 10 de maio de 2010

summertime...

And the living is easy.
One of these mornings, you're going to rise up singing. Then you'll spread your wings and you'll take to the sky...

quarta-feira, 7 de abril de 2010

...a heart that's full up like a landfill, bruises that won't heal

É intangível a energia
compreendida entre a sua condescendência
e minha abstinência.
Porque é um espaço quase anulado,
mas sobrevivente,
onde persiste uma partícula
de consentimento,
que funciona como
mecanismo regulador
de algo quase extinto.

sexta-feira, 19 de março de 2010

Snot-nosed little fools.

Quando as almas morrem os corpos tornam-se flácidos e rugosos. Incapazes de respirar, de sobreviver ao fantasmagórico pântano que os espera. Sem norte nem sul, eles arrastam-se como uma ofídia decadente. A lentidão é visivelmente agoniante, sofredora.

"Há uma contradição ridícula em encerrar a alma no corpo, nesse mesmo corpo que ela conhece limitado e rodeado por tantas outras coisas. E como é que aquilo que encerra antecipadamente todos os lugares possíveis, que os compara, para quem o longe e o perto estão juntos, quer dizer, em relação, que jamais separa sem unir, que não pode pensar nada fora de si sem o pensar por isso mesmo em si, que não conhece o limite senão ultrapassado, que é, finalmente, o todo de tudo, e mesmo até o todo dos possíveis, como é que esse árbitro universal pode estar prisioneiro em uma parte e aí limitado?"

domingo, 14 de março de 2010

testing me, trying my patients.

"O que torna o homem essencialmente bom é o facto de ter poucas necessidades e de pouco se comparar com os outros; o que o torna essencialmente mau é ter muitas necessidades e preocupar-se muito com a opinião. Sobre este princípio, é fácil ver como se podem dirigir - para o bem ou para o mal - todas as paixões das crianças e dos homens. É verdade que, como não podem viver sempre sós, dificilmente poderão viver sempre bons."

Jean-Jacques Rousseau, in 'Emílio'

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

Baby won’t you get down on your knee, come on, little darling, come on and give your love to me.

Love?
That is not love, my dear, not love
And I, I call it indecency.
I guess it happens when you start
doing saucy things.
I kind of like it
But then,
you ask me to suck you
…and…
why would I do that?
if you’re such an ass…

And the truth is,
you don’t know,
but the truth is
I’ll bite you.
you’ll be so bitten, honey.
so bloody, honey…

You know,
you shouldn’t have been that indecent.
Because
I do not feel
I do not show
I do not make
Love
with
my
mouth.

sábado, 20 de fevereiro de 2010

Lock, Stock and Two Smoking Barrels.


1998. Típico de Guy Ritchie.
Com Jason Flemying, Dexter Fletcher, Mick Moran e Jason Statham.
Well done!

quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

...End Of The Road


(...) após revelações...

- Não…Procuremos os encantos que perdemos aqui, lembremo-nos do ruído harmonioso emitido pelos místicos acordes lunares…
Não podes, não deves! Quem ou o quê se ousa a enfrentar a intensidade produzida por nossas almas? (segura a cara dele com as suas mãos e olha para dentro de seus olhos) O que me sobejará de ti? Escassas partículas perdidas num universo infinito… Pouco os deuses nos dão, e o pouco é falso…
Ser-me-ás alguma vez desobstruído de tormentos?

(Apavorado. Nunca ele vira tamanho desespero)
- Não. Nunca serei. Por isso parto.
Parto por ti…
Por isso morro. Morro neste chão ao assistir ao teu triste infortúnio…
Desfaço-me intimamente. Como poderei alguma vez amar-te por completo, se o completo é mortífero…

- Não sei se é amor que tens, ou amor que finges…!

- Nunca questiones.
O tumulto não reside no afecto que nutro por ti. Nunca residiu. É tão mais do que isso. As excelências são tão primitivas como o nascimento. É belo o começo, mas todo o começo conterá o seu fim. E contra esse não consigo competir, não abarco qualquer autoridade. Ninguém usufrui de tal.
Se me fosse apresentada qualquer escolha. Mas não é.
E a estrada final está cada vez mais próxima. Estou a ficar cada vez mais esgotado. Reduzo-me todos os dias...

- O final, o desfecho!- murmura estas palavras, desesperada- O teu fim é o meu…! Porque a tua presença está contida em mim e não se diluirá facilmente. E quando tudo teu em mim se dissipar, minha alma entrará em devaneios. Ficarei eternamente presa na mágoa, serei nostalgia…

Ele desfaz-se em pó.

- ...Não serei mais do que um espírito perdido.


"E o dourado sol chega, secando a vontade de lágrimas que não posso deixar de ter."

quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

...my only friend, the end.

The killer awoke before dawn, he put his boots on.
He took a face from the ancient gallery
And he walked on down the hall.
He went into the room where his sister lived, and...then he...
Paid a visit to his brother, and then he...
He walked on down the hall, and
And he came to a door...and he looked inside


"Father ?", "yes son", "I want to kill you"

"Mother...I want to...fuck you"

C'mon baby, take a chance with us...
And meet me at the back of the blue bus
Doin' a blue rock, On a blue bus
Doin' a blue rock, C'mon, yeah
Kill, kill, kill, kill, kill, kill...


This is the end, beautiful friend
This is the end, my only friend, the end
It hurts to set you free
But you'll never follow me
The end of laughter and soft lies
The end of nights we tried to die

This is the end.

The Doors, 1967.

terça-feira, 19 de janeiro de 2010

Le Dieu nu.

'Era uma tarde que parecia pintada de pastel: um daqueles dias frágeis insertos no coração do inverno como uma ilustração de cores delicadas entre o monótono negro e o branco de um livro. Tudo mergulhava numa poalha dourada: os edifícios silenciosos, os automóveis, os autocarros que passavam e todas as pessoas que por um instante o meu olhar acompanhava. Os meus sonhos prendiam-se sucessivamente a elas, ao objectivo que os fazia correr debaixo das arcada da gar- e a minha imaginação só os via empreendendo viagem para se juntarem a uma pessoa amada - ou então a quem esperariam, em magote junto da saída - e só poderia ser a silhueta de um ser querido mas misterioso.'

In Le Dieu Nu, by Robert margerit. 1951.

sábado, 16 de janeiro de 2010

unsuspecting victim.

How could you
Let me crying
And weeping
Lying on the floor
Crawling,
Trying
To scratch the door.
Alone.
How could you murder my soul
And leave her
By herself
In dark streets
Where there’s no wind
Or sun.
And now she is
Vanishing
Dying
Alone.