'Era uma tarde que parecia pintada de pastel: um daqueles dias frágeis insertos no coração do inverno como uma ilustração de cores delicadas entre o monótono negro e o branco de um livro. Tudo mergulhava numa poalha dourada: os edifícios silenciosos, os automóveis, os autocarros que passavam e todas as pessoas que por um instante o meu olhar acompanhava. Os meus sonhos prendiam-se sucessivamente a elas, ao objectivo que os fazia correr debaixo das arcada da gar- e a minha imaginação só os via empreendendo viagem para se juntarem a uma pessoa amada - ou então a quem esperariam, em magote junto da saída - e só poderia ser a silhueta de um ser querido mas misterioso.'
In Le Dieu Nu, by Robert margerit. 1951.
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